Outono
passageiro chega
Multiplicando
nas esquinas
Olhares
tristonhos que não tenho
Que vagueiam
pelo chão
De um
mosaico sinistro
Um profundo
vazio.
Das janelas
altas
Da velha São
João
Uma mulher
de vermelho
Assiste o
mundo passar
Os carros
passam
Ou serão
tartarugas com
Carapaças de
aço?
A manhã
passageira
Também passa
As águas
perdidas do esgoto
Haverão de
passar também
Enquanto
isso a vida inteira
Vai se
esvaindo agora
Num ralo
fininho
A derramar
por inteiro
No mar
imenso
Onde tudo se
origina
Salmoura da
existência.
Nenhum comentário:
Postar um comentário