terça-feira, 28 de abril de 2015

As águas da existência


Nada mais se detêm

Na correnteza do tempo

Um rio imenso

De águas cristalinas

A refletir o céu por inteiro:

Os peixes nadam no céu

Os pássaros mergulham nas águas.

 

As águas dos olhos

Inundando a terra firme

A salgar o trigo e o arroz.

 

Assim a vida surge

Num choro compulsivo

O choro que continua

Nos amores perdidos

Desespero que não se contêm mais

Mas o Nilo há de transbordar

E regar assim o ventre

Das mulheres jovens

Da água da vida.

 

Água que há de levar

Um dia

O corpo danado

Fonte de prazeres

De todo sofrimento

Ilusões de Maya

Nas correntezas do Ganges.

 

Prodigiosa água da vida

Também da morte

A escoar infinitamente

Em minha frente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário